História da Gringa: a revolução de Vivienne Westwood

Hoje, dia 08 de Abril, a estilista Vivienne Westwood estaria completando mais um aniversário. Para quem não está por dentro das notícias do mundo fashion, a inglesa faleceu em 29 de Dezembro de 2022 com 81 anos. Deixando um legado expressivo e que ninguém vai esquecer. 

Fonte: WMag/ Vivienne Westwood

Por isso, no post de hoje vamos trazer algumas partes da carreira da estilista e os highlights que mais se destacam na sua trajetória. Vivienne foi peça fundamental para a moda inglesa se tornar o que é hoje, e se consolidou no mercado por ter uma voz ativa e abordar assuntos pertinentes desde quando fundou sua marca. 

Como tudo começou…

Vivienne Westwood nasceu em 1941, numa cidade rural chamada Glossop. Sem muita perspectiva de vida, ela se muda para Londres com a família aos 17 anos e inicia a faculdade de artes na Harrow School of Art.

Nessa época ela ainda atendia pelo nome de Vivienne Isabel Swire. Somente em 1962, quando conheceu seu primeiro marido Derek Westwood, que ela incorpora essa nova personalidade. Alguns anos depois, ela se apaixona por Malcolm McLaren, que era um estudante de arte e mais tarde se tornou empresário e produtor de uma das maiores bandas de punk rock e rock alternativo do mundo, o Sex Pistols. 

Sex or Rock?

Em sua primeira loja na King 's Road - famosa rua de Londres -, a Let It Rock, Vivienne começou a dar vida às próprias criações, cheias de personalidade e simbolismo. A paleta definida era preto e vermelho, além do queridinho xadrez tartan, peças em couro, aplicações de correntes e zíperes. Anos depois, a loja muda de nome e passa a se chamar “Sex”. Diferente, né?

Vivienne se tornou stylist do Sex Pistols, banda nomeada em homenagem à loja, alavancando sua carreira internacionalmente e influenciando uma geração de jovens por toda a Europa. Ela criou uma moda underground, rompendo com os padrões da sociedade.

Fonte: Vogue / Vivienne Westwood

Com um legado impressionante no mundo da moda, Vivienne conseguiu de forma coesa e sem perder suas referências, unir a música e a moda, acrescentando à sua fórmula temas de cunho ambiental e políticos. Ela contribuiu para mudanças na  indústria da moda e estimulou a reflexão sobre problemas reais que a Europa enfrentava. Confira 5 momentos marcantes da estilista inglesa:

The Pirate Show

Em 1981, Vivienne faz seu primeiro desfile de moda ao lado de McLaren. Com silhuetas amplas e muito volume graças a babados, a coleção chamada Pirate deu a ela o título de precursora do movimento neo-romântico, na década de 80. 

Fonte: Vogue / Desfile “Pirate” de 1981

Prêmios

Em 1990, Vivienne recebeu o título de Designer Britânica do ano. Dois anos depois ela recebe da Rainha Elizabeth II o título Oficial da Ordem do Império Britânico por suas contribuições na moda e nas artes. Para a ocasião ela usou um tailleur de saia, mas estava sem nada por debaixo. Vivienne adorava mostrar seu lado rebelde e revolucionário, por onde quer que fosse.

Fonte: Vogue/ Vivienne Westwood na entrada do palácio de Buckingham

A Queda

Se você é fã de desfiles de moda e adora revisitar apresentações da década de 90, provavelmente deve conhecer esse desfile icônico de Vivienne Westwood em 1993. As modelos entram na passarela com sapatos enormes de plataforma, e uma delas é Naomi Campbell, ainda no comecinho da carreira. Ela se desequilibra e cai no chão, rindo da própria queda. Essa imagem ficou gravada na mente de todos.

Fonte: Vogue / Naomi Campbell na passarela

Sex and The City

Para as amantes de Sex and The City, é impossível esquecer o icônico vestido de noiva de Carrie Bradshaw. No filme o vestido é um presente da própria estilista para Carrie, que aparece também na capa da Vogue Noivas em um ensaio fotográfico maravilhoso. No reboot da 2º temporada de “And Just Like That…”, a personagem revive o look nas ruas de Nova York.

Ativismo nas passarelas

Desde a metade dos anos 2000, a estilista inglesa usava sua passarela como forma de protesto a favor de assuntos importantes para a sociedade como mudanças climáticas, desarmamento nuclear, contra prisões ilegais e o Brexit - a saída do Reino Unido da União Europeia. Em uma entrevista ao The Guardian, ela disse: “a mudança climática, não a moda, é agora a minha prioridade”.

Fonte: Reprodução da internet / Moda ativida na passarela de Vivienne Westwood

Após sua morte, quem assumiu a direção criativa da marca homônima foi Andreas Kronthaler, seu marido desde 1993. Na última semana de moda, ele apresentou uma coleção que homenageou a carreira da esposa, com a participação de celebridades como Candice Swanepoel e Irina Shayk na passarela. 

Fonte: Vogue / Candice Swanepoel

O legado de Vivienne permanece vivo e ela ainda influencia o mundo da moda, seja por sua moda política, sua rebeldia ou até mesmo por sua revolução. Esse lugar de transformação do cenário fashion é alcançado por poucos, mas ela conseguiu.

 

 

Escrito por Jefté Leal