Alessandro Michele e sua trajetória na Gucci
Dança das cadeiras
Semana passada a Gucci anunciou a saída do diretor criativo Alessandro Michele, depois de 20 anos na marca italiana. A dança das cadeiras no mundo da moda é muito comum, basta lembrar da recente saída de Daniel Lee da Bottega Venetta, da Maria Grazia Chiuri que saiu da Valentino e foi pra Dior, Anthony Vaccarello substituindo Hedi Slimane na Louis Vuitton e tantos outros.
Mas no post de hoje a gente quer relembrar alguns momentos marcantes de Alessandro na marca e também sua trajetória. O ex- diretor criativo da marca estava desde 2002 trabalhando por lá, mas foi somente em 2015 que ele ganhou o título master da casa.
Desde o primeiro desfile no Outono-Inverno 2015 após ocupar o lugar de Frida Giannini, ele já deu um novo tom para a marca, trazendo mais leveza, uma silhueta menos marcada e uma explosão de elementos em diversos looks. A partir daí, já era o pontapé inicial de Michele para o que viria nos próximos 7 anos à frente da maison.
Quebrando tabu
Michele trouxe diversos questionamentos em suas coleções e uma das mais notórias é sobre a questão de gênero, era evidente nas passarelas a presença de modelos que interpretavam ambos os papéis – ou talvez nenhum.
Alguns anos atrás esses assuntos não eram tão retratados com frequência como é agora, mas ele soube dissertar muito bem entre o clássico e o contemporâneo atraindo uma multidão de compradores, influencers, ou até aqueles curiosos de plantão.
Muitas vezes nem precisava ser um look total para um ou outro gênero, mas ele gostava de trabalhar nos detalhes, homens usando grandes colares de pérolas, mulheres com calças largas de alfaiataria e ombro estruturado, mas muito brilho para todos.
Fonte: Vogue US
Fonte: Vogue US
Fonte: Vogue US
As estranhezas
Alessandro gostava de chocar, e para isso é necessário ruptura, tudo aquilo que já havia sido base de padrões da sociedade é quebrado e outros paradigmas são reconstruídos – virando um novo padrão –, e ele fez isso muitas vezes na passarela, trazendo uma estética um tanto que “estranha” aos olhos que via.
As coleções tinham um toque de roupa vintage de brechó, ou aquela peça encalhada no guarda roupa da vovó da década de 50 ou 70.
Fonte: Vogue US
Fonte: Vogue US
Trouxemos aqui um dos desfiles mais comentados dele, a coleção de Outono-Inverno 2018, na qual levou o título de Cyborg e envolve temáticas como, transformação, identidades, tecnologia, tudo isso para falar sobre a sociedade em que vivemos.
Em diversas vezes ele gostava de filosofar na passarela, trazer pensamentos inquietantes e que reviravam o estômago de várias pessoas, não era somente uma roupa bonita para contemplar ali, mas também uma crítica social a ser analisada.
Fonte: Vogue US
Fonte: Vogue US
Fonte: Vogue US
Grand Finale
A gente ainda não sabia que a coleção de Verão 2023 seria sua última, mesmo assim encerrou o ciclo com chave de ouro. Na passarela dividida ao meio desfilaram 68 gêmeos, um de cada lado, novamente Michele traz o assunto “identidade” como questionamento.
O desfile emocionou muitos pela mensagem que estava por trás de tudo e Alessandro segundo a Vogue US finaliza dizendo “Quando somos muitos, somos muito mais fortes.”, a partir disso, entendemos que, seja quem for é importante ter alguém ao nosso lado, uma rede de apoio, uma mão segurando a outra.
Fonte: Vogue US
Fonte: Vogue US
Fonte: Vogue US
O que vem por aí?
É inegável a importância que Alessandro Michele teve pra Gucci, a mudança de rumo quando ele assumiu elevou a marca para um outro patamar, e quando ele saiu o motivo foi que a Gucci estava procurando refrescar a imagem, de tempos em tempos isso acontece, resta saber quem será o novo ou a nova substituta e qual será o caminho a ser trilhado pela marca. Qual é a sua aposta para esse cargo?
Nós da Gringa estamos de olhos e ansiosos para descobrir isso. Enquanto a gente espera isso acontecer, montamos uma seleção incrível de vários produtos da Gucci e ainda selecionamos 2 looks incríveis para você se inspirar. Confira!
LOOK DIA CHIC
LOOK NOITE CHIC
Escrito por Jefté Leal