YSL: 87 anos de um legado de autenticidade e inovações
Alfaiataria moderna, silhuetas sedutoras e mistura de texturas que expressam uma elegância rebelde nos fazem olhar hoje, com ainda mais admiração do que o usual, para uma das marcas mais desejadas no mercado de luxo por diferentes gerações: Saint Laurent carrega o peso e a satisfação de ser altamente inspiradora e, no dia em que o seu fundador, Yves Henri Donat Mathieu-Saint Laurent estaria celebrando 87 anos de vida, enaltecemos os principais pontos que tornam a marca tão autêntica e vanguardista até os dias atuais, conservando o legado da atemporalidade, visão do criador que ainda reflete na marca.
Em diferentes contextos, o estilista sempre optou por não seguir a moda do seu tempo, muito pelo contrário, olhar à frente dele: com criações repletas de contrastes que vestem o equilíbrio perfeito entre o clássico e o moderno, o feminino e o masculino e, especialmente, entre a alta-costura e o prêt-à-porter, Yves nunca teve medo de arriscar com diferentes modelos, referências e críticas, sendo mais um nome de peso na moda a provar que essa indústria carrega uma grande responsabilidade sociocultural, seja criando peças que registrem a história do momento ou que traduzam os anseios de mudança e inovação.
FOTO: MUSÉE YVES SAINT LAURENT PARIS
O aprendiz de Christian Dior, batizado pela imprensa desde o início da sua própria marca como o "pequeno príncipe da costura", foi reconhecido por pontos que marcaram a história da moda no século XX e perpetuam até hoje, indo desde designs únicos até os padrões com extrema qualidade seguidos à risca, características que a marca não deixa a desejar, independente de suas subdivisões e reposicionamentos, e aqui vão alguns deles, altamente visados pelos amantes do mercado de luxo, estudantes de moda e claro, especialistas em autenticidade, perfis presentes no nosso time de produtos na Gringa:
DIMENSÕES EXATAS
A logo YSL em metal, elemento de design visto em diversos produtos de diferentes categorias das coleções dos últimos 11 anos - após o rebranding da marca anunciado em 2012 - carrega além de beleza, um padrão simétrico: todas as letras necessariamente possuem o mesmo tamanho. Sendo assim, se você tiver um produto onde as letras da ferragem principal com a logomarca apresentam inconsistências em suas medidas, fique atento!
FOTO: GRINGA
FONTE PADRÃO
As tipografias presentes nas peças de Yves Saint Laurent, Yves Saint Laurent Rive Gauche ou Saint Laurent, sempre respeitam as suas respectivas logomarcas. Ou seja, independente das técnicas pelas quais as aplicações passaram, como hot stamping ou baixo relevo, assim como independente da matéria-prima em que se encontram, sejam elas em couro, metal ou tecido, sempre seguirão, em peças autênticas, o padrão da fonte utilizada em suas logomarcas.
FOTOS: GRINGA
A ESTRUTURA
Esse é um dos fatores que mais diferencia a marca no mercado de luxo: com diferentes materiais e em suas diferentes gramaturas e acabamentos, as bolsas sempre possuem uma estrutura bem definida e sólida, por mais maleável que a matéria-prima seja. Sendo assim, não é comum vermos bolsas sem um formato bem definido, ainda que sejam confeccionadas em couros mais finos e leves, como o lambskin.
FOTO: GRINGA
O CÓDIGO DE SÉRIE
As sequências alfanuméricas não são aleatórias, muito pelo contrário, elas revelam informações importantes identificadas por especialistas, como os modelos, cores e datas de fabricação de cada artigo.
Os modelos vintages possuem códigos de série de 12 dígitos no total, separados por um ponto em diferentes espaçamentos da sequência, mas é comum encontrarmos modelos tão antigos que não contem com nenhum código.
Já os códigos de série de modelos mais atuais, consistem em sequências sempre lineares de 3 letras e de 6 dígitos separados por um ponto seguidos por outros 4 números.
FOTO: GRINGA
Além de todo o perfeccionismo aos detalhes, qualidade das matérias-primas e acabamentos combinados à modelagens bem construídas em todas as categorias de produtos, Yves deixou de herança para os seus futuros diretores criativos mais um fator que estava em suas veias: inovação. O criador da marca nunca se contentou em fazer apenas roupas e sempre se mostrou um estilista atento ao que diz respeito além de seus designs. Se um dia ele enxergou além e reposicionou o seu nome no mercado relacionando moda à arte com a coleção inspirada nas pinturas de Mondrian, de Andy Warhol, e trazendo para o mercado a Yves Saint Laurent Rive Gauche, uma submarca que abraçasse sua linha prêt-à-porter e atendesse um novo público, hoje a marca aposta em diferentes materiais e formas de produção, cada vez mais sustentáveis, artesanais e rastreáveis.
FOTO: MUSÉE YVES SAINT LAURENT PARIS
Selecionando materiais e fornecedores de forma responsável, garantindo condições de trabalho justas para os seus artesões e buscando minimizar os impactos ambientais, todas as peças icônicas do ready to wear à partir das coleções de outono de 2022, assumem a responsabilidade de serem feitas exclusivamente de materiais sustentáveis em uma cadeia produtiva rastreável.
Mas desde 2015 a marca já age com iniciativas importantes, como todas as peças confeccionadas na produção interna utilizarem a energia captada pela instalação no piso dos ateliês, através de uma tecnologia que garante parte da rastreabilidade.
Além disso, a Saint Laurent também conta com ações ainda mais direcionadas a determinados produtos e linhas, como por exemplo, a Le Smoking, destaque na marca desde a sua fundação por carregar influências militares combinadas ao smoking feminino, um design que na época ofereceu às mulheres uma versão do black tie inovando os seus guarda-roupas e hoje, tem todas as peças feitas com um matérias-primas provindas de fazendas certificadas pela The Global Organic Textiles Standard (GOTS) e pela Responsible Wool Standard (RWS) na Argentina, assim como os artigos feitos em Grain de Poudre, textura característica da marca.
Já as bolsas da linha Sunset, desde 2021, são produzidas com couro reciclado e retalhos retirados diretamente das salas de corte, maximizando a eficiência e minimizando os resíduos têxteis.
Enquanto isso, os produtos feitos de nylon, como as mochilas, à partir da coleção de primavera de 2022, são todos produzidos em nylon reciclado Econyl®, seguindo uma grande aposta da economia circular.
E não para por aí: os detalhes de ferragens das peças passaram a serem feitos de aço inoxidável e latão também reciclados, assim como as joiais finas também produzidas de ouro utilizado anteriormente e derretido para criação de novos artigos de joalheria.
A produção ética alinhada com os mais altos padrões do mercado de luxo e com as tendências sustentáveis à nível global, incentiva uma transparência entre os processos e os consumidores, apostando em uma conscientização de quem compra, admira ou se inspira na marca, além de provar que o luxo está cada vez mais distante de qualquer conceito superficial.