REGENERAÇÃO É A PALAVRA DA MODA
Regeneração é sem dúvida a palavra da vez no mundo da moda. Ela traz consigo o sentido de recuperar os recursos naturais explorados pelas atividades humanas e reintegrar a produção com os ciclos da natureza. Apesar do setor da moda ser um dos mais poluentes do mundo, tem muita gente trabalhando para mudar o jogo e provar que a moda pode sim ter um impacto positivo no meio ambiente.
O grupo de luxo Kering, dono da Gucci e Saint Laurent, criou em janeiro o Regenerative Fund for Nature (Fundo de Regeneração para a Natureza), junto com a ONG Conservation International. O objetivo do investimento é converter 1 milhão de hectares de terra com produção de matéria prima para a moda de agricultura tradicional para agricultura regenerativa em cinco anos.
Créditos: Chanel
Em seu plano de ação de combate às mudanças climáticas, Chanel Mission 1.5°, a marca se comprometeu em investir e colaborar com fornecedores em prol de uma transição para uma agricultura regenerativa e de baixo carbono.
Créditos: Patagonia
Também já não é novidade que as marcas North Face e Patagonia investem no assunto e vendem roupas de algodão regenerativo.
Créditos: Merino Company
Em fevereiro, a New Zealand Merino Company juntou forças com as marcas Allbirds, Icebreaker e Smartwool para criar a primeira plataforma dedicada à lã regenerativa.
Mas antes de falar sobre moda: o que é agricultura regenerativa?
O setor agrícola é hoje um dos maiores causadores da perda de biodiversidade e das mudanças climáticas. Isso ocorre por conta dos seus sistemas de monocultura e práticas danosas como a utilização de químicos excessivos e a má gestão de recursos hídricos, que exaurem o solo e promovem a desertificação do mesmo. De forma bem simplificada, o CO2 estocado no solo acaba sendo liberado para a atmosfera, intensificando assim o fenômeno do aquecimento global.
A agricultura regenerativa é por sua vez baseada em práticas de cultivo ancestrais, e busca restituir o solo com um olhar holístico sobre os ciclos naturais do ambiente.
Nesse método de cultivo, são integradas diferentes culturas de plantio de forma estratégica, o que ao contrário da agricultra tradicional, traz grandes melhorias para o bem estar do solo, impactando direta e positivamente os ciclos da água, do carbono, a biodiversidade e a saúde do ecossistema como um todo.
Boas práticas agrícolas e de pastagem são capazes de transformar o ‘problema’ em uma potente solução baseada na natureza. Práticas agrícolas regenerativas fornecem os resultados de que precisamos para o clima, a natureza e os meios de subsistência1.
E o que isso tudo tem a ver com a moda?
Se você já se perguntou “de onde vêm as minhas roupas?” está no caminho certo para encontrar a resposta. É sobre a origem dos materiais utilizados para a produção dos itens de moda que vestimos.
Camisetas e jeans são feitos de algodão cultivado no campo. Suéteres são feitos de lã de ovelhas que pastam no campo. Bolsas são feitas com couro de vaca criadas em fazendas. “Mas em que tipo de fazendas e cultivos?” é a pergunta que devemos fazer.
Boa parte do impacto ambiental de um item de moda acontece logo no início da cadeia de fornecimento da matéria-prima. Por esse motivo, o futuro da indústria da moda está intimamente ligado ao futuro da agricultura.
Regeneração da moda
Quando falamos de regeneração da moda, não devemos nos restringir apenas à origem da matéria prima. É importante também refletirmos sobre a forma como consumimos moda e o que fazemos com aquilo que já foi produzido.
Créditos: Flavia Aranha
Moda regenerativa: é a moda que leva em consideração os desafios socio-ambientais dos tempos atuais para gerar transformação positiva na sociedade. A moda regenerativa engloba a produção e o consumo que respeitem as pessoas e o planeta, de forma a não pressionar recursos naturais e contribuir para o aquecimento global, mas sim restituir e preservar o meio ambiente.
Os caminhos para a moda regenerativa incluem a produção de fibras têxteis a partir da agricultura regenerativa, a produção responsável de peças de alta qualidade e durabilidade que respeite todos os envolvidos em sua cadeia, o reaproveitamento daquilo que já foi produzido através de modelos circulares como o upcycling, a reciclabilidade e o consumo de itens de segunda mão. (Aqui na Gringa a gente 🧡 a economia circular!)
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Fontes:
1. Regenerative Fund for Nature
2. ThredUP
Escrito por Carol Perlingiere