Breaking News 16/08/2024
O mais recente inimigo do luxo: descontos de 40% em sites de revenda chineses
LVMH e Kering SA estão enfrentando um mercado cinza em crescimento na China, onde produtos de luxo são vendidos com descontos significativos através da plataforma Dewu. Isso é impulsionado por flutuações cambiais e consumidores chineses mais conscientes dos preços.
No primeiro semestre de 2024, as vendas de produtos Louis Vuitton na Dewu cresceram 11%, representando mais de 14% das vendas da marca na China. Outras marcas como Christian Dior, Hermès, Chanel e Prada também tiveram aumentos de vendas na Dewu.
Embora esses produtos sejam comprados oficialmente de lojas em outros países, as importações paralelas reduzem as margens de lucro e afetam os investimentos das marcas na China. As vendas da LVMH na China caíram 14% no segundo trimestre, enquanto no Japão subiram 57%. Kering relatou uma queda de 22% na receita da Ásia-Pacífico.
A Dewu, fundada em 2015, atrai jovens compradores com preços baixos e autenticadores de produtos. Em agosto de 2023, dominava 73% do mercado cinza de luxo na China. O mercado cinza é estimado em US$ 81 bilhões, com um impacto significativo no setor de luxo. Marcas como Burberry, Kering e Prada estão tentando reduzir suas operações de atacado para conter o problema, mas o excesso de estoque pós-Covid prejudicou a imagem exclusiva das marcas.
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Gastos com luxo nos EUA caem 11% em julho, diz Citi
Os consumidores norte-americanos reduziram seus gastos em bens de luxo em 11% em julho em comparação com o ano anterior, conforme dados do Citi Research baseados em um painel de 10 milhões de titulares de cartões de crédito. Essa queda aponta para uma deterioração na demanda por luxo no início do terceiro trimestre, com junho já mostrando uma redução de 7%.
As categorias mais afetadas foram artigos de couro de luxo e prêt-à-porter, com quedas de 19% e 15%, respectivamente. As joias caíram 6,5%, enquanto os relojoeiros de luxo registraram um crescimento de 10%, a primeira alta de dois dígitos desde o início de 2022.
Analistas do Citi destacaram que a economia dos EUA está se deteriorando mais rápido do que o esperado, especialmente para consumidores de baixa renda, cuja poupança foi reduzida pela inflação. A demanda por produtos de luxo em categorias de entrada, voltadas para consumidores aspiracionais, também enfraqueceu nos últimos dois anos devido aos aumentos acentuados de preços.
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Bally encontra um novo dono
Bally foi adquirida pela empresa de investimentos norte-americana Regent, seis anos após a tentativa fracassada de venda para o conglomerado chinês Shandong Ruyi. A JAB, veículo de investimento da família alemã Reimann e proprietária da Bally desde 2008, vendeu a marca suíça de 173 anos, conhecida por sua qualidade e artesanato. Michael Reinstein, da Regent, destacou o legado de elegância e artesanato da Bally. Joachim Creus, da JAB, elogiou a evolução criativa e operacional da marca durante seu investimento.
A aquisição ocorre após várias mudanças criativas na Bally. Rhuigi Villaseñor foi contratado em 2022 para revitalizar a marca, mas saiu em 2023. Simone Bellotti, que trabalhou na Gucci, foi nomeada diretora de design, com sua estreia para a primavera/verão 2024 recebendo elogios por uma abordagem equilibrada à herança da Bally.
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Para onde vai o Accessible Luxury a partir daqui?
Nos últimos meses, a moda de luxo tem enfrentado desafios devido à desaceleração econômica global. A economia chinesa está estagnada e a recuperação econômica na Europa e nos EUA é lenta, afetando o comportamento dos consumidores. Muitos estão priorizando gastos em viagens, restaurantes e entretenimento em vez de bolsas caras. Isso afeta o segmento de luxo acessível, incluindo marcas como Coach, Kate Spade e Stuart Weitzman, sob a propriedade da Tapestry.
Com a Tapestry prestes a divulgar seus resultados trimestrais e anuais, investidores e analistas estão atentos à sua capacidade de manter preços acessíveis e responder às mudanças na demanda. A Capri Holdings, que inclui a Michael Kors, teve uma queda de 12% nas vendas, indicando dificuldades no segmento. Em contraste, a Ralph Lauren apresentou um crescimento modesto de vendas e lucros acima do esperado.
A Tapestry enfrentará o desafio de atrair consumidores que ainda desejam produtos de luxo a preços acessíveis. A popularidade de marcas como Polene e Sézane na Europa sugere que há demanda por novas opções de luxo acessível. Os resultados da Tapestry fornecerão uma visão sobre como a marca está lidando com o ambiente econômico atual e se consegue manter sua posição no mercado.